COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
SEM PESTANEJAR
O delinquente projeto de anistia conseguiu assinaturas para o requerimento de urgência, mas a tendência é o presidente da Câmara, Hugo Motta (PR-PB), não colocar em votação, por ser inconstitucional. O Legislativo não é instância revisora do Judiciário. No caso de aprovação, o STF invalida sem hesitar, o que só faria criar uma tensão institucional desnecessária e perigosa.
CRIME GRAVÍSSIMO
Que a declaração do senador Jaques Wagner (PT-BA) - “comigo não tem acordo, eu sou contra o projeto de anistia em qualquer hipótese” - não seja apenas opinião pessoal e sim a posição fechada do governo. Nenhuma instituição ou liderança política tem o direito de combinar arranjos para salvar golpistas. Crime contra a democracia. Gravíssimo.
FICA INEVITÁVEL
O caso do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que deve recorrer ao STF para garantir o mandato, ameaçado por armação do Conselho de Ética da Câmara após denunciar tramoias no orçamento secreto, mostra que em uma sociedade onde as regras são descaradamente violadas, a judicialização da política torna-se inevitável. Daí a importância de fazer valer a lei.
COMO EXPLICAR?
“O presidente Lula já reconheceu, em respeito à soberania equatoriana, a vitória de Daniel Noboa, de direita, apesar das muitas denúncias de fraude. Mas por que a mesma regra não valeu para a Venezuela de Maduro?” A pertinente observação do jornalista Breno Altman, do Opera Mundi, expõe a facilidade como o Brasil tem assimilado a versão imperial (EUA e UE).
CEDE BASTANTE
As forças à esquerda se dizem cientes de que, perante uma conjuntura nacional e global marcada pela escalada do fascinazismo, não dá para imprimir velocidade no projeto popular de desconcentração da riqueza e superação da pobreza. Mas, acham que às vezes o governo se abaixa demais, como agora, na postura distinta entre as eleições da Venezuela e do Equador.