COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
DEVE ESQUENTAR
A volta do fascinazismo ao controle do macro poder imperial, com a eleição de Trump, ocorre justamente quando o Brics, maior bloco contra-hegemônico aos EUA e UE, alcança avanços na busca por um mundo multipolar, o que inclui o fim do dólar como moeda referência no mercado internacional. Mais tensão e conflitos com o imperialismo e seus lacaios.
REQUER FIRMEZA
O governo Lula, que no plano global tem vacilado em questões cruciais -internamente também tem cedido muito ao mercado - que se prepare. Embora os republicanos não sejam tão belicosos quanto os democratas, a tendência é EUA (Trump) e UE intensificarem os ataques ao Brics por causa da desdolarização e o Brasil precisa estar firme com as posições do bloco.
DIFÍCIL MUDAR
Muita gente, inclusive no campo progressista, acha que desta vez Trump fará um governo pragmático politicamente. Difícil isto acontecer. A tendência é governar no pragmatismo da extrema direita global, cada vez mais influente e poderosa, cujo objetivo maior é corroer a democracia por dentro para implantar um Estado de exceção. Como Bolsonaro tentou no Brasil.
PAPO FURADO
Imaginar Trump, que já anunciou deportação em massa e supertaxação de produtos estrangeiros, fazer um governo minimamente civilizado faz lembrar o discurso da direita dita liberal nativa em 2018. Irresponsavelmente, ajudou a eleger Bolsonaro, levou o fascinazismo ao poder e depois recorreu à desculpa esfarrapada de que errou e estava arrependida. Oportunismo, isto sim.
QUADRO GRAVE
Merece reprodução a pertinente advertência do ex-deputado e ex-presidente do PT, José Genoíno: “A democracia liberal está falindo, em crise, descartada pelo sistema neoliberal. Se a gente se limitar à democracia liberal, vamos ser suplantados pela extrema-direita. A direita liberal prepara o terreno para a extrema direita”. É a dura realidade, só os tolos e oportunistas não admitem.