Saneamento básico é sobrevivência e direito
A falta de saneamento básico no Brasil faz parte de um projeto histórico de exclusão. Comunidades periféricas, quilombolas e povoados no sertão foram erguidas sem mínima infraestrutura, condenando gerações à precariedade.
Por Camilly Oliveira
A falta de saneamento básico no Brasil faz parte de um projeto histórico de exclusão. Comunidades periféricas, quilombolas e povoados no sertão foram erguidas sem mínima infraestrutura, condenando gerações à precariedade.
Ano passado, a negligência resultou em 344 mil internações por doenças ligadas à água contaminada e à proliferação de insetos vetores. Enquanto os mais ricos desfrutam de água tratada e esgoto canalizado, milhões adoecem pela omissão de políticas públicas que sempre privilegiaram elites e grandes centros urbanos.
Dados do Instituto Trata Brasil expõem que somente este ano, 64,8% das internações atingiram pessoas pretas e pardas, e a incidência entre indígenas foi alarmante, com 27,4 casos por dez mil habitantes. Crianças pequenas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, sofrem de gastroenterites evitáveis, enquanto idosos enfrentam complicações severas.
O governo Lula, pautado pela democracia social, vem mudando este cenário, ampliando investimentos em saneamento e retomando obras paralisadas. O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) destina bilhões para ampliar a rede de esgoto, levando dignidade a quem foi historicamente esquecido.
A meta é reduzir em 70% as internações e poupar bilhões que hoje sustentam a ineficiência do passado. Garantir água potável e esgoto tratado não é apenas uma questão de saúde, mas de justiça social.