A felicidade na velhice
Os jovens crescem ouvindo que a juventude é a fase mais feliz da vida, mas a realidade é outra. O peso da incerteza econômica, o bombardeio de informação e a precarização do trabalho destroem a satisfação. Enquanto isto, os idosos experimentam a felicidade real, impulsionada pelo amadurecimento emocional, vínculos sólidos e menor pressão social.
Por Camilly Oliveira
Os jovens crescem ouvindo que a juventude é a fase mais feliz da vida, mas a realidade é outra. O peso da incerteza econômica, o bombardeio de informação e a precarização do trabalho destroem a satisfação. Enquanto isto, os idosos experimentam a felicidade real, impulsionada pelo amadurecimento emocional, vínculos sólidos e menor pressão social.
O dado não é só estatística, é retrato da desigualdade geracional. Se a juventude sofre, não é por acaso, mas pelo desmonte de políticas públicas e por um modelo econômico que os empurra para a angústia e a instabilidade.
A pesquisa Ipsos Happiness Index 2025 revelou que a felicidade atinge seu auge após os 60 anos. Enquanto 75% dos maiores de 60 anos se dizem felizes, os mais jovens encaram um cenário desolador. Falta de dinheiro, solidão e ansiedade corroem o bem-estar desta geração, que vive sob o peso de um futuro incerto e de um presente sufocado pelo desemprego e pela sobrecarga emocional.
O modelo neoliberal empurrou os jovens para um mercado sem garantias, enquanto a hiperconectividade gerou um isolamento quase paradoxal. Redes sociais prometem conexões, mas entregam desconexão.
Para os idosos, a vida desacelera e o sentido se fortalece, mas para os jovens, a roda gira rápido demais. A felicidade na maturidade não deveria ser um alívio tardio, mas direito de todas as idades.