Brasil envelhece rápido, políticas ficam para trás

O Brasil está envelhecendo rapidamente e, ao mesmo tempo, falha em desenvolver políticas públicas adequadas para atender a população idosa. O foco das políticas existentes se resume à medicalização, tratando os doentes e ignorando as necessidades sociais e políticas. A desigualdade estrutural também pesa, agravando a exclusão deste grupo nas decisões políticas e nos cuidados adequados.

Por Camilly Oliveira

O Brasil está envelhecendo rapidamente e, ao mesmo tempo, falha em desenvolver políticas públicas adequadas para atender a população idosa. O foco das políticas existentes se resume à medicalização, tratando os doentes e ignorando as necessidades sociais e políticas. A desigualdade estrutural também pesa, agravando a exclusão deste grupo nas decisões políticas e nos cuidados adequados.

 


A idade média da população é de 35 anos, mas deve saltar para 51 em 2070, segundo a Fundação Oswaldo Cruz. A recente pesquisa da Fiocruz alerta que o envelhecimento no Brasil não se dá apenas pelo aumento da expectativa de vida, mas também pela queda nas taxas de fecundidade. A falta de condições dos jovens de ter filhos e a falta de apoio estruturado ao envelhecimento saudável expõem o cenário de abandono. 

 


A ideia de que o cuidado dos idosos é apenas responsabilidade familiar está ultrapassada, é insuficiente. O Estado e a sociedade têm o dever de assumir este papel, promovendo uma abordagem humana e digna. Ignorar isto é condenar milhões de pessoas ao esquecimento, perpetuar um ciclo de exclusão e desigualdade.