Escolaridade é diferencial na remuneração

O reflexo é sentido anos depois no mercado de trabalho. Essa parcela da população é submetida a subempregos. Ganha muito mal. Diferentemente de quem consegue concluir a graduação. Os dados mostram. O ganho salarial do trabalhador com ensino superior completo era 126% maior do que de aquele com ensino médio ou superior incompleto no segundo trimestre de 2024. 

Por Rose Lima

Pagar as contas básicas e poder curtir com família. Esse é o sonho de imensa maioria dos brasileiros. Mas, poucos têm a chance de realizá-lo. Principalmente no mundo atual, de recrudescimento do ultraliberalismo. Trabalhar, ter salário digno e tempo para descansar é raridade. No Brasil, mais ainda.

 


E a falta de acesso à educação de qualidade é uma das barreiras. Quem mais sente? O jovem da periferia, muitas vezes impedido de chegar ao ensino superior. A vida difícil e a necessidade de ajudar na renda familiar afasta milhões das escolas todos os anos. Quem resiste, tem acesso a uma educação precária.

 


O reflexo é sentido anos depois no mercado de trabalho. Essa parcela da população é submetida a subempregos. Ganha muito mal. Diferentemente de quem consegue concluir a graduação. Os dados mostram. O ganho salarial do trabalhador com ensino superior completo era 126% maior do que de aquele com ensino médio ou superior incompleto no segundo trimestre de 2024. 

 


Em 2012, a diferença era de 152%, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). A queda não significa melhorias. Pelo contrário. É que nem mesmo o ensino superior garante mais bons rendimentos no mundo atual e mais uma vez a pesquisa mostra. O salário médio dos mais escolarizados caiu 11,7% entre 2015 e 2024. A reforma trabalhista de Temer e a retirada de mais direitos por Bolsonaro precarizaram absurdamente as relações de trabalho e deixaram os cidadãos nas mãos das empresas.