Protesto no Santander escancara abusos
A agência do Santander, na avenida Tancredo Neves, em Salvador, ficou paralisada até as 10h desta terça-feira (09/04) em protesto contra a onda de demissões arbitrárias feitas pelo banco espanhol. Apenas na semana passada, seis funcionários foram desligados de uma vez, escancarando a lógica perversa da empresa, que insiste em cortar pessoal mesmo após bater sucessivos recordes de lucro.
Por Camilly Oliveira
A agência do Santander, na avenida Tancredo Neves, em Salvador, ficou paralisada até as 10h desta terça-feira (09/04) em protesto contra a onda de demissões arbitrárias feitas pelo banco espanhol. Apenas na semana passada, seis funcionários foram desligados de uma vez, escancarando a lógica perversa da empresa, que insiste em cortar pessoal mesmo após bater sucessivos recordes de lucro.
Dirigentes do Sindicato dos Bancários da Bahia e da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe aproveitaram a paralisação para denunciar práticas ilegais promovidas pelo banco, como contratações fraudulentas de terceirizados sem respaldo legal, redução de custos por meio do sucateamento do plano de saúde e desmonte das estruturas físicas com o fechamento de agências e retirada das portas giratórias, fundamentais para garantir a segurança dos bancários e da população.
Apesar de o Brasil representar 20% do lucro global do Santander, os trabalhadores seguem pagando a conta das decisões corporativas autoritárias e desumanas. Para se ter ideia, enquanto a carteira de clientes cresce – o banco fechou 2024 com 68,9 milhões -, o quadro de pessoal caiu. Em 2023, o a empresa tinha 57.775 funcionários no Brasil. No ano passado, caiu para 56.619, redução de 1.156 postos.
Ao final do ato, os diretores se reuniram com os funcionários e reforçaram a importância da mobilização permanente, da confiança no Sindicato e da unidade da categoria na campanha nacional contra as arbitrariedades do banco. A luta é coletiva e tem o alvo claro de impedir que o lucro, que em 2024 chegou a R$ 13,8 bilhões, seja conquistado às custas do sofrimento de quem constrói o banco.