COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
DUPLO LAMENTO
Ao minimizar o valor da mobilização da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos por uma resistência organizada no subcontinente para encarar as agressões de Trump, a diplomacia brasileira reforça as acusações de sempre se dobrar aos interesses dos EUA. Tão lamentável quanto a hesitação de Lula em participar da reunião da Celac, quinta-feira.
DEVERIA IR
Diante da escalada global da extrema direita, com graves ameaças aos países do capitalismo periférico, como Brasil, não parece boa ideia a ausência do presidente brasileiro na reunião da Celac, quinta-feira, em Honduras. Inclusive, é importante a participação presencial, não virtual. Toda forma de resistência ao fascinazismo trumpista vale a pena. Amplia, fortalece o movimento.
SEM ILUSÃO
É claro não ser recomendável desafiar os EUA, mas também não há como garantir que, ao assumir posições de conciliação, as forças progressistas brasileiras possam obter em troca um comportamento minimamente decente do governo Trump nas eleições de 2026. Pelo contrário, vai fazer de tudo para tentar tirar a democracia social do poder no Brasil. Sem escrúpulo.
SEGUIRÁ FIRME
Em pouquíssimo tempo de governo - assumiu dia 20 passado - Trump já fez ameaças de sanções econômicas, taxações e outras agressões contra três gigantes do Brics: China, Rússia e Brasil. Puro desespero, pois o bloco continuará firme rumo à desdolarização, mortal para os EUA, e afirmação da multipolaridade, centrada na autodeterminação dos povos. Mundo melhor.
MACROS SINAIS
Fatos como a supremacia do deepSeek chinês sobre a IA (Inteligência Artificial) estadunidense, o fortalecimento cada vez maior do Brics, a inevitável desdolarização, o crescimento da resistência ao imperialismo no mundo, cansado de tantas atrocidades dos EUA e da UE, são sinais macros da mudança do centro do poder global do Ocidente para o Oriente. É cíclico.