COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
ANTES FOSSE
O problema não se resume à comunicação do governo. Antes fosse só isto. O ponto nevrálgico reside na política, porque o sistema, o establishment, e aí se inclui boa parte da direita dita liberal, é permissivo com as fake news, que tanto mal fazem à democracia, à República, à cidadania. Se houvesse um esforço concentrado, já teria neutralizado a milícia virtual.
BEM ASSUTADOR
As elites e a mídia corporativa sempre recorreram a notícias falsas para fins econômicos, financeiros, políticos e eleitoreiros. Mas, a partir da escalada da extrema direita no mundo, no Brasil com Bolsonaro, a situação chegou ao ponto de pôr em risco o processo civilizador, pois estabelece a “guerra de todos contra todos”, como alertava Thomas Hobbes. Fake news é barbárie.
OFENSIVA LEGAL
Se não houver um consenso entre influentes setores da sociedade para tipificar criminalmente as fake news, por ofender os mais elementares valores de civilidade, e punir severamente quem produz e propaga, o governo, por mais que realize e mude o comando da comunicação, vai continuar vítima fácil do fascinazismo. O antídoto à milícia virtual é a lei.
FRENTE AMPLA
Até mesmo por sobrevivência política, as forças progressistas, para fazer avançar o projeto de democracia social, que além do voto livre se orienta pela redução das desigualdades, precisam se empenhar na construção de uma ampla frente nacional contra a milícia virtual e as fake news, inclusive com campanhas mostrando que liberdade de expressão tem limite.
VAI ATACAR
Tolice, achar que a extrema direita imperial, fascinazista, vá jogar limpo com a democracia social. O novo presidente dos EUA, empossado hoje, vai fazer de tudo para tentar derrubar o governo Lula, ao menos nas urnas, em 2026. Os ataques são questão de tempo. É óbvio que ele vai querer fortalecer o comparsa Bolsonaro. São da mesma laia. O Brasil que se cuide.