COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
PERDE LIDERANÇA
Se o Brasil insistir em ficar acusando a Venezuela de ser uma ditadura, que Maduro se reelegeu na fraude e impedindo a inclusão venezuelana no Brics, inevitavelmente perderá liderança e, consequentemente, protagonismo no bloco, criado justamente para fazer o contraponto aos EUA e UE, cuja narrativa falaciosa o governo brasileiro tem reproduzido, lamentavelmente.
REQUISTO BÁSICO
A multipolaridade, objetivo maior do Brics, passa necessariamente pela desdolarização, a criação de um sistema próprio de pagamento nas transações entre países do bloco. Este é um ponto crucial, assim como o fim do inglês como língua oficial. Para construir o mundo multipolar é inevitável peitar os EUA e a UE. Os embates com o imperialismo tendem a aumentar.
ESQUERDA BRANCA
No alvo, a declaração do ativista do grupo Entregadores Antifascistas, Paulo Galo, de que o problema não está no pobre de direita, mas sim no que chamou de “esquerda branca”, de “playboy”. Sim, há muito tempo não se vê mobilização popular, povo nas ruas. E a culpa não pode ser do trabalhador, do cidadão sofrido, explorado, vítima do modelo hegemônico e do contra-hegemônico.
RETOMAR LOGO
O pífio desempenho na eleição municipal é um contundente sinal de alerta para o campo progressista retomar, imediatamente, o tradicional trabalho de base. É possível, sem abrir mão da luta institucional, da presença no Parlamento, reativar a militância nas comunidades, nos mais diversos grupos sociais. E não será fácil, pois reiniciar algo é sempre complicado.
ERA EVITÁVEL
Está coberto de razão o ex-presidente do PT, José Genoíno, ao dizer que “o STF repara injustiças praticadas desde o Mensalão e principalmente na Lava Jato”, ao anular as condenações do ex-ministro José Dirceu. Verdade, se o Supremo tivesse feito Justiça, não haveria impeachment, Lula não seria preso, Bolsonaro não se elegeria e o fascinazismo estaria sepultado.