COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
NOVA ORDEM
Desnecessária, a declaração do chanceler brasileiro Mauro Vieira na reunião em Kazan, na Rússia, de que o Brics não tem caráter antiocidental, em claro esforço para não contrariar os EUA e a UE. Sim, o problema não é geográfico, mas o bloco foi criado para se opor ao imperialismo e construir uma nova ordem global, centrada na multipolaridade. E vem tendo êxito.
FICA FEIO
Se fosse na época de Bolsonaro, seria compreensível, mas fica muito feio para o Brasil, cujo governo é reconhecido no mundo como progressista, ficar se preocupando com o que pensam os EUA e a UE sobre o Brics, se gostaram ou não da entrada do Irã, se vão gostar da possível inclusão da Venezuela. Ora, se for para não incomodar o império, o bloco não faz sentido algum.
AGORA, 2026
Passado o 2º turno da eleição municipal, as propostas de limitar os poderes do STF e conceder anistia para golpistas, ambas inconstitucionais, em tramitação na Câmara Federal, retomam destaque na cena política, além das eleições às presidências das duas casas do Congresso, especialmente na Câmara, onde a disputa está acirrada. A partir de agora, 2026 entra no radar.
NO ALTERNATIVO
Diante da insistência em querer aprovar aberrações como castrar o STF e anistiar golpistas, realmente o melhor que o governo tem a fazer é rifar de vez a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), nome de Arthur Lira (PP-AL) para sucedê-lo na presidência da Câmara, e entrar firme na eleição, com apoio assumido a Antônio Brito (PSD-BA) ou Elmar Nascimento (UB-BA).
FAZER VALER
As lideranças do Parlamento precisam ter responsabilidade republicana para rejeitar, inclusive para evitar conflitos institucionais, mas se forem aprovadas excrescências como limite ao Supremo e anistia para golpistas, sem dúvida nenhuma o STF não hesitará na anulação, por serem inconstitucionais. A corte máxima existe justamente para fazer valer a Constituição.