COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
IRÔNICO DESTINO
Por ironia do destino, justamente em Kazan, na Rússia, país que mais enfrenta militarmente os EUA, UE e Otan, pois a China se preocupa mais em crescer economicamente, o Brics aprova celeridade e prioridade na desdolarização, passo importantíssimo para o enfraquecimento do imperialismo e fortalecimento do esforço global por multipolaridade.
CRESCENTE PODER
Com o imperialismo, leia-se EUA, UE, Otan mais os lacaios de sempre, cada vez mais belicoso e violento no saque às riquezas das nações, o Brics, que começou com cinco integrantes, hoje tem 11 e vários pedidos de adesão, torna-se a grande alternativa para os países que recusam os ditames imperiais e lutam por soberania e autodeterminação. Bloco contra-hegemônico.
MUNDO MELHOR
Para a humanidade, a democracia, o meio ambiente, para o direito de cada nação construir soberanamente o seu próprio destino, o balanço da reunião do Brics na Rússia, que contou pela primeira vez com os novos integrantes, é positivo, sim. Obviamente, não garante solução mágica para os grandes problemas globais, mas oferece perspectivas animadoras de um novo mundo.
PEGA MAL
Dentro de um bloco como o Brics, cujo objetivo principal é reforçar a busca por um mundo multipolar, o que implica necessariamente no enfrentamento ao imperialismo, pega muito mal para o Brasil se opor à entrada da Venezuela, sob o duvidoso argumento de ser uma ditadura e de que houve fraude na reeleição de Maduro. Reproduz a versão falaciosa dos EUA e UE.
CONTA OUTRA
A justificativa do Brasil para se opor à entrada da Venezuela no Brics é de que o regime bolivariano é uma ditadura. Ridícula, pois o governo brasileiro não se posicionou contra as recentes inclusões no bloco do Irã, Arábia Saudita, Argentina e Emirados Árabes, cujos modelos de governança passam bem longe da democracia, seja liberal burguesa ou popular. Conversa fiada.