COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
BRICS DESFALCADO
A ausência de Lula na reunião do Brics, iniciada hoje, é lamentável pela liderança que o presidente brasileiro exerce atualmente em nível global e pelas deliberações significativas que serão tomadas em Kazan, na Rússia, com destaque para a celeridade na desdolarização, o que tem deixado o imperialismo (EUA e UE) em polvorosa. Reforço à multipolaridade.
ERRO PROFESSORAL
A burocratização da esquerda institucional, que não se assume, tem medo do embate e só pensa em voto, se alicerça em opiniões equivocadas como a do professor Leonardo Trevisan, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), que chega ao ponto de considerar positiva a ausência de Lula em Kazan, no Brics, para não se indispor com os EUA. É muita submissão.
DECOLONIALIDADE JÁ
Inconcebível, dentro dos princípios de soberania e autodeterminação, que o presidente brasileiro tivesse de evitar apertar a mão de Putin, chefe de Estado russo, durante reunião do Brics, do qual os dois países fazem parte, para não desagradar os EUA, que se acham xerife do mundo. Daí a importância da decolonialidade, a superação plena dos fantasmas coloniais.
INFELIZ REALIDADE
A crença de que existe para servir ao senhor, à metrópole, ao imperialismo, é uma doença de origem que as elites nativas nunca superaram e carregam nos ideais e práticas políticas desde a época do Brasil colônia. O complexo de vira-lata do brasileiro, como dizia Nelson Rodrigues, também se abate sobre amplos setores da intelectualidade, da academia. É real, infelizmente.
BRASIL TELEGUIADO
Doloroso, triste, decepcionante, o Brasil, cujo governo é reconhecido em nível mundial como de origem e base progressistas, se opor à entrada da Venezuela no Brics, sob o argumento estapafúrdio, pode-se dizer até teleguiado, de que o regime bolivariano é uma ditadura, repetindo o discurso do imperialismo. Como se EUA e UE fossem exemplos de democracia.