COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
OUTRO DESFECHO
Em um país com forte cultura e especialização em armas, guerras, mortes e assassinatos de presidentes, como os EUA, se o atentado de sábado contra Trump fosse realmente obra articulada, planejada, o trabalho seria profissional. E aí o tiro, com certeza, não acertaria a orelha. A esta altura ele não estaria, como está, tentando faturar politicamente com o episódio.
POR NATUREZA
Se o establishment, como os estadunidenses chamam a ordem econômica, política e militar imposta pelas elites, assim quisesse, Trump teria tido o mesmo fim de presidentes assassinados como Abraham Lincoln (1865), James Garfield (1881), William McKinley (1901) e John Kennedy (1963). O regime lá é violento por natureza. Não em vão mata tanto, mundo afora.
DOIS SORTUDOS
Se ficar provado ter sido uma farsa com fins eleitoreiros, o atentado contra Trump, no sábado, o que inevitavelmente faz lembrar a facada em Bolsonaro, em 2018, o tiro pode sair pela culatra e, ao invés de ajudar, criar mais problemas para a campanha do republicano. Por enquanto, os dois principais líderes da extrema direita na América posam de sortudos, “corpo fechado”.
ESCUTA BOLERO
Uma facada na barriga, “no bucho”, como diz o povo, de Bolsonaro, o colonizado servil, e um tiro na orelha, no “escuta bolero” de Trump, o colonizador inclemente. Independentemente da verdade nos dois episódios, fica a intrigante coincidência de acontecimentos semelhantes com figuras tão próximas, política, ideológica e pessoalmente. Sorte ou azar? Você decide.
TIRAR LIÇÕES
Que a violência política nos EUA possibilite lições para o Brasil democrático evitar a repetição não apenas no pleito municipal deste ano, mas acima de tudo na eleição presidencial de 2026, quando a extrema direita, conhecida por, eleitoralmente, sempre adotar métodos brutais, vai tentar reconquistar o poder central. Acumular experiência para defenestrar o fascinazismo.
