Santander: vergonha nacional
Ao invés de contribuir com o crescimento do país e a geração de empregos dignos, o banco espanhol adota uma política sistemática de retirada de direitos, precarização do trabalho e fechamento de agências. Há anos, o Santander vem demitindo funcionários formalmente contratados e substituindo-os por terceirizados que atuam como Pessoas Jurídicas.
Por Rose Lima
Enquanto a democracia social amplia os esforços para fortalecer a economia e promover desenvolvimento sustentável, os grandes bancos seguem na contramão. Um exemplo claro é o Santander, que, apesar de operar em solo brasileiro e obter lucros bilionários, não tem qualquer compromisso com o povo brasileiro.
Ao invés de contribuir com o crescimento do país e a geração de empregos dignos, o banco espanhol adota uma política sistemática de retirada de direitos, precarização do trabalho e fechamento de agências. Há anos, o Santander vem demitindo funcionários formalmente contratados e substituindo-os por terceirizados que atuam como Pessoas Jurídicas.
A prática, usada para burlar a legislação trabalhista, retira dos trabalhadores o acesso a benefícios fundamentais como férias, 13º salário, FGTS, PLR e até mesmo os programas internos da empresa.
O modelo se espalha pelo país inteiro. No Nordeste, cerca de 1.200 terceirizados atuam em empresas do grupo: Prospera, GetNet, Santander Corretora Câmbio, Santander Corretora Seguros - Tools Soluções e Aymoré Crédito, Financiamento e Investimento. No Sudeste, é ainda mais alarmante: 15.350 terceirizados. No Sul, 3.850.
Com a prática, o número de bancários formais cai ano após ano. Em 2023, o Santander empregava 57.775 funcionários no Brasil. Em 2024, caiu para 56.619 — redução de 1.156 postos de trabalho. Em paralelo, o banco fechou 96 agências, empurrando os clientes para os canais digitais, nem sempre acessíveis. A digitalização forçada ignora as dificuldades de uma parcela significativa da população, principalmente idosos e moradores de regiões com pouca infraestrutura tecnológica, que ficam sem atendimento presencial e sem suporte adequado.
O que mais choca, no entanto, é que todo esse cenário de cortes, demissões e precarização acontece em um contexto de lucros astronômicos. Em 2024, o Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 13,872 bilhões, salto de 48,6% em relação ao ano anterior. Sozinha, a operação brasileira respondeu por impressionantes 19,3% do lucro global do banco.