Cerco contra as bets
Novas regras exigem dos bancos mais rigor contra contas suspeitas.
Por Ana Beatriz Leal
Responsáveis por adoecer e empobrecer uma parte da população, as bets continuam no radar do governo, que recentemente definiu regras para obrigar bancos e instituições financeiras a enviarem notificações sobre contas suspeitas de operarem as apostas em desacordo com as normas do setor.
O governo já havia bloqueado mais de 11 mil sites de apostas ilegais e, desde a publicação da portaria, em março deste ano, a SPA (Secretaria de Prêmios e Apostas), do Ministério da Fazenda, recebeu nove notificações de movimentações irregulares ou contas suspeitas. Após os alertas, 32 foram bloqueadas.
Desde outubro de 2024, só podem operar no Brasil bets autorizadas pelo governo. O rigor na legislação, no entanto, não inibiu o interesse dos brasileiros. De janeiro a março, os apostadores destinaram até R$ 30 bilhões nos jogos. Muitas famílias, mesmo sem poder, redirecionam os recursos para este fim, com a falsa ilusão de grandes ganhos de forma rápida. As apostas online colocaram 1,8 milhão de brasileiros em situação de inadimplência no ano passado, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.