Redução da desigualdade social no Brasil
A renda do trabalho dos brasileiros mais pobres cresceu 10,7%. Embora não altere substancialmente a pirâmide social e a concentração da riqueza, representa um aumento significativo em relação aos 10% mais ricos, que tiveram uma alta de 6,7%. A média geral foi de 7,1%.
Por Ana Beatriz Leal
O Brasil experimenta uma realidade diferente de algum tempo atrás, quando o ultraliberalismo condenava boa parte da população à miséria. Ano passado, o país registrou a maior redução da desigualdade social dos últimos anos. A constatação é de estudo da FGV Social, baseado na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
A renda do trabalho dos brasileiros mais pobres cresceu 10,7%. Embora não altere substancialmente a pirâmide social e a concentração da riqueza, representa um aumento significativo em relação aos 10% mais ricos, que tiveram uma alta de 6,7%. A média geral foi de 7,1%.
O avanço se deve ao fato de a democracia social empenhar esforços na geração de emprego formal e na implementação da Regra de Proteção do Bolsa Família, que permite que os beneficiários continuem no programa por até dois anos após conseguirem um trabalho de carteira assinada ou aumentarem a renda. Durante o período, recebem 50% do valor do benefício.
Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, 75,5% das vagas criadas no mercado formal em 2023 foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família e 98,8% por pessoas inscritas no Cadastro Único.
Destaque para o Nordeste, que teve 13% de aumento na renda do trabalho, quase o dobro da média nacional. Além do crescimento, a região distribuiu melhor os ganhos, com progressos entre os grupos excluídos tradicionalmente, como os trabalhadores com baixa escolaridade.