Nem a chuva escapa do agronegócio
A pesquisa identificou relação direta entre a proporção de agrotóxicos encontrados e a extensão dos cultivos agrícolas, concentrados nas regiões em larga escala.
Por Itana Oliveira
Pesquisa realizada pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) identificou agrotóxicos em três diferentes lugares onde tiveram amostras de chuvas analisadas entre 2019 e 2021.
O estudo foi executado em três cidades paulistas: Campinas, onde tem a maior concentração, com 701 microgramas por metro quadrado (µg/m²), seguido de Brotas com 680 µg/m², e a capital, São Paulo, em terceiro, somando 223 µg/m². Dentre os 14 agrotóxicos identificados, estava presente o herbicida atrazina, que tem o uso proibido no país.
A pesquisa identificou relação direta entre a proporção de agrotóxicos encontrados e a extensão dos cultivos agrícolas, concentrados nas regiões em larga escala. O agronegócio é um devastador ambiental, que propaga imagem de sustentabilidade inexistente, faz uso de venenos nocivos, no intuito de lucrar mais, e até a água da chuva, que pensava-se ser limpa, foi contaminada pela ambição.