Das comunidades à resistência política
Em um país onde a elite chama exclusão de “mérito” e transforma favela em alvo, formar juventude politizada é romper com séculos de opressão e alienação. O projeto Jovens Defensores Populares vai na contramão da lógica que quer calar a população.
Por Camilly Oliveira
Em um país onde a elite chama exclusão de “mérito” e transforma favela em alvo, formar juventude politizada é romper com séculos de opressão e alienação. O projeto Jovens Defensores Populares vai na contramão da lógica que quer calar a população.
Ao colocar os territórios periféricos no centro da luta por direitos, o programa constrói algo que o poder tanto teme, pois dota de consciência crítica quem vive a desigualdade todos os dias.
Serão mil jovens entre 18 e 29 anos, recebendo formação em direitos humanos e políticas públicas, além de bolsa de R$ 500,00 para atuar direto nas comunidades. A ação acontece na Bahia, Pará, Pernambuco, Rio, São Paulo e Distrito Federal, com apoio do Ministério da Justiça, Secretaria Nacional da Juventude e Fiocruz. O pontapé foi dado na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), na sexta-feira, reunindo diferentes segmentos do poder público, a universidade e a militância.
Mais do que formar lideranças, o projeto quer plantar a transformação. Os jovens vão mapear abusos, propor soluções e mobilizar suas próprias bases. Vão transformar indignação em ação, silêncio em voz, opressão em enfrentamento. É a favela ocupando o debate de cabeça erguida.