Agenda ultraliberal é prejuízo à mulher
No mundo, cerca de 2 bilhões de meninas e mulheres vivem sem qualquer tipo de proteção social, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas). A vulnerabilidade se agrava diante da divisão desigual do trabalho doméstico e de cuidado: elas realizam, em média, 2,5 vezes mais tarefas não remuneradas do que os homens – em algumas regiões, a carga chega a ser cinco vezes maior.
Por Rose Lima
As mulheres enfrentam obstáculos que se aprofundaram entre 2016 e 2022, com a lógica ultraliberal de desmonte das políticas públicas, cortes em áreas sociais e ausência de proteção para quem mais precisa. A sobrecarga de responsabilidades, a baixa inserção no mercado e a falta de políticas públicas afetam a autonomia, sobretudo das negras.
No mundo, cerca de 2 bilhões de meninas e mulheres vivem sem qualquer tipo de proteção social, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas). A vulnerabilidade se agrava diante da divisão desigual do trabalho doméstico e de cuidado: elas realizam, em média, 2,5 vezes mais tarefas não remuneradas do que os homens – em algumas regiões, a carga chega a ser cinco vezes maior.
De acordo com o relatório, investir em políticas de cuidado poderia criar até 300 milhões de empregos remunerados até 2035, sendo 78% ocupados por mulheres.
No Brasil, os números também revelam um cenário alarmante, principalmente para a negra, com as maiores taxas de desemprego e subutilização da força de trabalho. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram taxa de desocupação de 9,3% para mulheres negras, mais do que o dobro da registrada entre homens brancos (4,4%).
Mesmo quando conseguem ocupar um posto de trabalho, a desigualdade persiste nos salários. Um homem branco recebe, em média, R$ 8.849,00, enquanto uma mulher negra ganha menos da metade, R$ 3.964,00.