A tristeza como mercadoria
No turbilhão de informações que consome a atenção das pessoas, plataformas digitais como Instagram e TikTok, transformaram a melancolia em mercadoria. É o que se chama de sadbait, estratégia de explorar conteúdos tristes para gerar engajamento, reflexo cruel de um sistema que lucra com emoções humanas.
Por Camilly Oliveira
No turbilhão de informações que consome a atenção das pessoas, plataformas digitais como Instagram e TikTok, transformaram a melancolia em mercadoria. É o que se chama de sadbait, estratégia de explorar conteúdos tristes para gerar engajamento, reflexo cruel de um sistema que lucra com emoções humanas.
As pessoas são bombardeadas por imagens e narrativas que, enquanto emocionam, alimentam algoritmos e cifras de grandes corporações. A internet, em vez de um espaço de empatia, frequentemente transforma a dor coletiva em espetáculo rentável.
O consumo incessante deste conteúdo revela uma contradição: ao buscar conexão emocional, as pessoas são expostas a uma avalanche de informações que não lhes pertencem e as drenam. Tristezas alheias, ainda que editadas e superteatrais, invadem o espaço mental, exacerbando fragilidades pessoais. Este ciclo de exposição e consumo cria um ambiente onde sentimentos profundos são banalizados, enquanto a alienação digital só se intensifica.
É crucial questionar como se navega na maré de estímulos emocionais e buscar alternativas que priorizem conexões autênticas e verdadeiras. Quando a tristeza se torna moeda de troca em redes sociais, não apenas distancia a humanidade, mas se aceita que as emoções sirvam a um sistema que consome, em vez de conectar, verdadeiramente.