Pressionado, Santander marca reunião com o Sindicato

O ato, que impediu o funcionamento da unidade, cobrou o fim do assédio moral, demissões, sobrecarga de trabalho, metas abusivas, terceirizações, reestruturações e condições de trabalho diferente do país de origem do banco, a Espanha. Para se ter ideia, cerca 30% do lucro da empresa é gerado pelo Brasil, país que o Santander promove desligamentos em massa de funcionários. Somente na Barra, quatro empregados foram demitidos.

Por Angélica Alves

Após paralisação das atividades na agência da Barra, em Salvador, nesta quinta-feira (12/12), o Santander se comprometeu a marcar reunião para quarta-feira da próxima (18/12), às 16h. O Sindicato dos Bancários da Bahia segue vigilante até que a empresa confirme a negociação. 


O ato, que impediu o funcionamento da unidade, cobrou o fim do assédio moral, demissões, sobrecarga de trabalho, metas abusivas, terceirizações, reestruturações e condições de trabalho diferente do país de origem do banco, a Espanha. Para se ter ideia, cerca 30% do lucro da empresa é gerado pelo Brasil, país que o Santander promove desligamentos em massa de funcionários. Somente na Barra, quatro empregados foram demitidos.


O processo de reestruturação gera um climão dentro das agências. O diretor do Sindicato Adelmo Andrade destacou que, atualmente, existem oito empresas terceirizadas dentro do grupo Santander. “Não dá para o funcionário sorrir atendendo os clientes ao mesmo tempo que precisa tomar remédio controlado para suportar a pressão diária por resultados”.


Entre as perversidades praticadas com os trabalhadores, o vice-presidente da Federação da Bahia e Sergipe, José Antônio Santos, citou a modificação do plano de saúde sem negociação com o movimento sindical. “Não condiz com as necessidades dos bancários. Muitos não conseguem atendimento nem mesmo nas emergências médicas, ou seja, um plano deficitário”, finaliza. O assunto será pauta novamente de reunião em breve. 


As diretoras do Sindicato e da Federação, respectivamente, Alda Valéria e Grassa Felizola, mencionaram a necessidade do Santander adotar postura humana no tratamento ao quadro pessoal e clientes. Também é fundamental que os empregados denunciem às entidades sobre os desrespeitos da empresa.


“Esse pacote de maldades do Santander é injustificável”, enfatizou o diretor da Feebbase, Alan Gomes, ao falar sobre a lucratividade do banco, que acumulado deste ano já lucrou quase R$ 10 bilhões.