BB Black Power: luta pelo crescimento dos negros

O BB Black Power, que é um grupo auto organizado por funcionários negros do Banco do Brasil, surgiu em 2017, com o intuito de ser um espaço de acolhimento, escuta e troca dos trabalhadores negros que enfrentam inúmeros desafios diariamente. Atualmente, o grupo possui mais de 700 participantes. 

Por Angélica Alves

A luta para a superação do racismo é de todas as cores e todos os grupos. Este foi o foco do 2º Encontro Nacional do BB Black Power, que aconteceu neste sábado (09/11), no auditório da AABB (Associação Atlética do Banco do Brasil), em Salvador, que tem como um dos apoiadores o Sindicato dos Bancários da Bahia. 

 


O BB Black Power, que é um grupo auto organizado por funcionários negros do Banco do Brasil, surgiu em 2017, com o intuito de ser um espaço de acolhimento, escuta e troca dos trabalhadores negros que enfrentam inúmeros desafios diariamente. Atualmente, o grupo possui mais de 700 participantes. 

 


Na abertura, a conselheira eleita do conselho administrativo do Banco do Brasil e uma das fundadoras do grupo, Kelly Quirino, destacou que o grupo é um espaço de aquilombamento. "Somos filhos e filhas de lavadeiras, empregadas domésticas, então é uma reparação histórica a gente estar no Banco do Brasil", finalizou. Na sequência, o presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, lembrou que o banco foi cúmplice do processo de aquisição, venda e até especulação através do uso das pessoas, tendo em vista que as pessoas escravizadas eram tratadas como objeto e o BB lucrou muito com isso. Por isso, a luta antirracista precisa ser de toda a sociedade.

 


Já a secretária estadual da promoção da igualdade e dos povos e comunidades tradicionais, Angela Guimarães, falou sobre as dificuldades vividas pelos bancários. Infelizmente, o mercado de trabalho é desfavorável para o povo negro, inclusive no mercado financeiro. Mesmo sendo mais de 50% da população do país e 80% do povo da Bahia, apenas 23,6% são bancários no país. No recorte sobre o BB, o percentual chega a 28%. 

 

Enquanto a saúde mental e a necessidade de olhar para si, foram o ponto abordado pela terapeuta, Luciene Cortês. Durante a palestra, a ex-funcionária da empresa, também realizou um exercício de relaxamento e conexão com o público. Com isso, a diretora para questões étnicas-raciais, Sueli da Silva Paim, funcionária do BB a 21 anos, ao falar do evento afirma que o encontro se resume a afeto.

 

Os participantes também prestigiaram apresentações de dança dos alunos do Colégio Estadual do Stiep Carlos Marighella e feira afro. Pela tarde, os palestrantes, Cristiane Albuquerque, Thiago Bandeira, que são Superintendentes do BB e Denísio Liberato, presidente da BB Asset, falaram sobre carreira negra na empresa pública.