Violência doméstica responde por 80% das denúncias 

Boa parte das mulheres que permanecem na situação depende financeiramente dos parceiros, e, como na maior parte das questões sociais, a mulher preta e periférica é a mais afetada.

Por Itana Oliveira

A luta feminina perpassa variados setores da sociedade, mas frequentemente começa em casa. De acordo com a PMBA (Polícia Militar da Bahia), 80% das ocorrências que chegam à Central de Atendimento são de violência doméstica. 
 

 

Boa parte das mulheres que permanecem na situação depende financeiramente dos parceiros, e, como na maior parte das questões sociais, a mulher preta e periférica é a mais afetada. São violentadas enquanto cuidam dos filhos. A rede de apoio nem sempre existe, além de ser um padrão dos relacionamentos abusivos afastar a vítima do convívio social, desta forma, quanto mais tempo passa, mais difícil fica se desvencilhar.
 

 

Segundo dados da Agência Brasil, 57% das violências sofridas por mulheres são dentro de casa, onde os ataques variam desde verbais a sexuais. Existe um ditado popular que aconselha terceiros a não se intrometerem na vida de um casal, ainda que haja uma vítima de agressão velada, o corpo da mulher sempre foi colocado em um lugar de propriedade masculina. 
 

 

A denúncia existe, mas grande parte das vezes é ineficaz. O agressor é preso, mas não demora a sair. A medida protetiva, às vezes, é só um papel, e o ciclo violento é cada vez mais perpetuado. Em números absolutos, pelo menos 8,9 milhões de mulheres sofreram agressão física no último ano no Brasil.