Prejuízos da negligência com a saúde mental
Em 2024, o Ministério da Previdência Social registrou 472 mil afastamentos do trabalho por questões psicológicas.
Por Itana Oliveira
O mercado dá mais um tiro no próprio pé. Segundo a OIT-OMS, a depressão e ansiedade resultam na perda de 12 milhões de dias de trabalho a cada ano, com impacto econômico de quase US$ 1 trilhão. Apesar de tanto, o cuidado com a saúde mental ainda não tem o alcance necessário.
Em 2019, um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental no mundo, sendo 14% adolescentes. Já em 2024, o Ministério da Previdência Social registrou 472 mil afastamentos do trabalho por questões psicológicas. É uma crise coletiva. Uma nova epidemia mundial.
Depressão não escolhe mente, nem usa dinheiro ou posição social como critério, entretanto, como na maioria dos males, a população periférica é a que mais sofre. Afinal, quem é o pobre que deixa de trabalhar quando se sente no limite?
A discussão é ampla, mas perpassa nos âmbitos mais comuns da sociedade. O combate deve começar dentro de casa com a conscientização e a quebra de tabu, pois a depressão é frequentemente vista como fraqueza ou frescura. As escolas também devem tratar da questão desde cedo. Na adolescência, o nível de alerta se eleva, pois é o período de descobertas, de conhecimento de si e da realidade em que vive.
Na fase adulta cabe especialmente às empresas reconhecer e acolher o problema, capacitar profissionais para tal, enquanto o Estado dá suporte.