Educar é também cuidar da mente
Enquanto o conservadorismo insiste em silenciar emoções, crianças acumulam angústias que explodem em sofrimento, evasão e violência. No Brasil, onde a educação sempre foi tratada como trincheira ideológica, falar de saúde mental nas escolas é, acima de tudo, um ato de resistência.
Por Camilly Oliveira
Enquanto o conservadorismo insiste em silenciar emoções, crianças acumulam angústias que explodem em sofrimento, evasão e violência. No Brasil, onde a educação sempre foi tratada como trincheira ideológica, falar de saúde mental nas escolas é, acima de tudo, um ato de resistência.
A Comissão de Educação da Câmara aprovou projeto que torna o tema obrigatório no ensino fundamental e médio. Além disto, escolas e universidades deverão reservar uma semana por ano exclusivamente para trabalhar questões psíquicas.
A proposta altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, com ajustes que ampliam seu alcance sem diluir a essência. Quem tem medo de incluir a saúde mental no currículo teme uma geração mais crítica, lúcida e menos manipulável.
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que quase 20% das crianças e adolescentes brasileiros enfrentam transtornos mentais. Ignorar isto é negligência.
Ensinar sobre saúde mental desde cedo forma adultos que se reconhecem, que cuidam de si e reagem às opressões com consciência, não com colapso.