Até quando a impunidade?
Entre 30 de março e 7 de abril, Bernard Duhaime, relator especial da ONU, desembarca em terras brasileiras para avaliar se o Estado finalmente tomou medidas concretas para punir torturadores, resgatar a memória das vítimas e impedir que horrores como estes se repitam.
Por Camilly Oliveira
O Brasil ainda carrega as cicatrizes da ditadura, enquanto os algozes seguem impunes. Agora, a ONU (Organização das Nações Unidas) quer saber se o país avançou na busca por justiça ou segue refém da impunidade?
Entre 30 de março e 7 de abril, Bernard Duhaime, relator especial da ONU, desembarca em terras brasileiras para avaliar se o Estado finalmente tomou medidas concretas para punir torturadores, resgatar a memória das vítimas e impedir que horrores como estes se repitam.
A agenda inclui encontros com autoridades, vítimas e entidades em Brasília, São Paulo e Rio. O relatório final será apresentado em setembro no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Por décadas, governos ignoraram a necessidade de responsabilização dos crimes da ditadura. A Lei da Anistia foi usada como escudo para torturadores, enquanto os desaparecidos da Guerrilha do Araguaia e o assassinato de Vladimir Herzog seguiam sem justiça. O Brasil já foi condenado duas vezes pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, mas os responsáveis nunca foram julgados. Agora, a ONU cobra respostas. A impunidade não pode ser o legado permanente da história brasileira.