Quando a diversidade vira alvo

A transfobia no Brasil não é apenas uma afronta aos direitos humanos, mas a prova de uma sociedade que insiste em perpetuar o ódio e a intolerância. Enquanto discursos de inclusão e igualdade ecoam em palcos internacionais, o país, que se diz diverso, lidera, pelo 17º ano consecutivo, o ranking de assassinatos de pessoas trans. 

Por Camilly Oliveira

A transfobia no Brasil não é apenas uma afronta aos direitos humanos, mas a prova de uma sociedade que insiste em perpetuar o ódio e a intolerância. Enquanto discursos de inclusão e igualdade ecoam em palcos internacionais, o país, que se diz diverso, lidera, pelo 17º ano consecutivo, o ranking de assassinatos de pessoas trans. 

 


Cada morte expõe não só a brutalidade de uma nação que falha em proteger vidas, mas a hipocrisia de uma sociedade que exalta corpos trans como fetiche sexual, mas os condena à marginalização.

 


Ano passado, 105 pessoas trans foram assassinadas, segundo a Rede Trans Brasil, com 38% destes casos no Nordeste. Mulheres trans e travestis, em sua maioria negras ou pardas e trabalhadoras sexuais, concentram as estatísticas da violência. A maior parte das mortes ocorre em vias públicas, por armas de fogo ou facas, refletindo a desumanização que atravessa estas vidas.

 


A violência cotidiana se manifesta no desemprego, na exclusão educacional e no desrespeito à identidade de gênero. A ausência de políticas públicas eficazes agrava o cenário de abandono, tornando urgente a criação de ações que promovam segurança, empregabilidade e justiça.

 


O combate a estes preconceitos, fomentados por setores da extrema direita falso moralista, é responsabilidade de toda uma sociedade que falha com quem apenas luta por existir.