Racismo, ferida nunca curada no Brasil
A persistência do racismo é reflexo das estruturas históricas do Brasil, que desde a escravidão normalizam desigualdades e violências. Apesar de avanços, como políticas públicas afirmativas, ainda há resistência em tratar o problema como prioridade nacional.
Por Camilly Oliveira
A persistência do racismo é reflexo das estruturas históricas do Brasil, que desde a escravidão normalizam desigualdades e violências. Apesar de avanços, como políticas públicas afirmativas, ainda há resistência em tratar o problema como prioridade nacional.
Uma pesquisa do Datafolha revelou que 59% dos brasileiros acreditam que a maioria da população é racista, e 5% consideram que todos o são. Este resultado evidencia como o preconceito, mesmo sendo crime, permanece enraizado no país. Mulheres e negros demonstram maior sensibilidade sobre o tema, 74% das mulheres e 54% dos pretos afirmam que o preconceito racial aumentou nos últimos anos. As desigualdades vão além de estatísticas, refletindo realidades vividas diariamente.
O estudo também mostrou que 56% dos pretos já sofreram com discriminação racial. Muitas pessoas admitem a existência do racismo, mas não reconhecem a própria participação nele, como se fosse algo a parte, demonstrando uma contradição entre percepção coletiva e responsabilidade individual.
A luta antirracista demanda ações concretas e transformações profundas que englobam educação, segurança pública e inclusão no mercado de trabalho, sem deixar espaço para silêncios ou neutralidade diante da discriminação.