A pobreza e o mito do empreendedorismo

Uma crítica severa ao ultraliberalismo é crucial. Já que dentro do sistema se promove a ideia de que empreendedorismo individual é a cura dos males, ignorando as desigualdades estruturais e a falta de oportunidade reais. A abordagem ultraliberal falha em desviar o foco das verdadeiras necessidades de políticas públicas inclusivas. 

Por Camilly Oliveira

O mito de que todos os pobres são empreendedores é simplista e ignora as realidades complexas e duras das pessoas. Esther Duflo, Nobel em economia, demonstrou que dar empréstimos para iniciar negócios não necessariamente resulta em melhorias no bem-estar da população carente. Muitos empreendimentos são pequenos, poucos lucrativos e permanecem sem crescer, devido às condições de funcionamento. 

 

Uma crítica severa ao ultraliberalismo é crucial. Já que dentro do sistema se promove a ideia de que empreendedorismo individual é a cura dos males, ignorando as desigualdades estruturais e a falta de oportunidade reais. A abordagem ultraliberal falha em desviar o foco das verdadeiras necessidades de políticas públicas inclusivas. 

 

Para uma democracia social estável, deve-se reconhecer que a maioria das pessoas busca por estabilidade e segurança, não por risco e incertezas. A solução para a pobreza não está em transformar pobres em empreendedores de si, mas, sim, em criar um sistema com segurança, oportunidades e condições dignas de trabalho para todos. Somente assim se pode construir uma sociedade mais justa e sustentável.