Salvador, capital da extrema pobreza

Salvador, onde o prefeito Bruno Reis se gaba por ter sido reeleito com mais de 78% dos votos e o União Brasil governa por 12 anos, é a capital mais pobre do país e escancara a falência de um sistema econômico que oprime os mais vulneráveis e perpetua a miséria.

Por Camilly Oliveira

Salvador, onde o prefeito Bruno Reis se gaba por ter sido reeleito com mais de 78% dos votos e o União Brasil governa por 12 anos, é a capital mais pobre do país e escancara a falência de um sistema econômico que oprime os mais vulneráveis e perpetua a miséria.

 

 

A extrema pobreza não é fruto do acaso, mas de décadas de políticas que priorizaram os interesses das elites, enquanto as periferias são empurradas para a margem da sociedade. Esta realidade, na qual a concentração de renda é o mais importante, agride o direto à dignidade e à democracia social.

 

 

O levantamento Mapa da Desigualdade entre as Capitais mostrou que 11% dos soteropolitanos sobrevivem com menos de R$ 11,00 por dia.  A história de Salvador é marcada por um modelo econômico colonial nunca superado. A maior taxa de desemprego entre as capitais brasileiras, que amarga há anos, é o retrato de uma economia que falhou em criar empregos e oportunidades, mantendo a população presa a uma realidade de exclusão social. Salvador segue oprimida por uma lógica que beneficia os grandes empresários e ignora a população trabalhadora.

 

 

Salvador também é líder no ranking nacional de desnutrição em menores de 5 anos. Preocupante. Uma cidade que não se preocupa em alimentar suas crianças tende a repetir um ciclo de pobreza e injustiça. A fome é a arma antidemocrática, uma população faminta não tem forças para lutar por seus direitos.

 

 

Os problemas vão além. Com mais de 88% dos habitantes inscritos no CadÚnico, a capital baiana revela o tamanho da catástrofe social que se instalou. Milhões de pessoas dependem de programas sociais para sobreviver, enquanto os governos seguem priorizando os interesses do capital. A situação não é apenas um problema econômico, é uma falência moral que, ao permitir tamanha desigualdade, corrói os pilares da democracia.