INSS: idosos na mira do golpe
Após a constatação da retenção elevada de valores, a CGU (Controladoria-Geral da União), em abril do ano passado, investigou a razão, e ao entrevistar 1.273 pessoas de todo o país, descobriu que 97,6% não tinham ciência do abatimento.
Por Itana Oliveira
A maioria dos beneficiários do INSS é de idosos e boa parte não está familiarizada com as novas tecnologias. Este fato é apontado como uma das razões para o recente golpe do INSS ter alcançado grandes proporções: os extratos dos recebimentos estão disponíveis apenas através do aplicativo ou agência física, o que tornou mais fácil que descontos passassem despercebidos.
Após a constatação da retenção elevada de valores, a CGU (Controladoria-Geral da União), em abril do ano passado, investigou a razão, e ao entrevistar 1.273 pessoas de todo o país, descobriu que 97,6% não tinham ciência do abatimento. Houve casos em que o entrevistado nem sequer conhecia a associação que realizava o desconto.
O número de desconhecedores do aplicativo, principal meio digital do INSS, também foi alarmante. 42,4% afirmaram não conhecer, 25,1% conheciam, mas nunca havia utilizado, e apenas 32,4% faziam uso. As estatísticas são elevadíssimas, no entanto, a surpresa não deveria ser tanta, afinal, uma instituição que tem a maior parte dos associados em idade avançada, em um país que não é majoritariamente tecnológico, não poderia esperar números diferentes. Fato é que o aplicativo, ainda que tivesse esse intuito, não serviu para facilitar a vida de seus beneficiários. A evidência se mostra agora. Um golpe de R$ 6 bilhões tirados do bolso do brasileiro.
Para orientações sobre como agir em caso de suspeita de desconto indevido, o beneficiário deve contatar o INSS.