Creches têm mais crianças negras do que brancas pela 1ª vez
Os dados são do Censo Escolar 2024, pelo Ministério da Educação (MEC) e se referem ao ano passado.
Por Itana Oliveira
O acesso à educação infantil passa por mudanças importantes, especialmente no que diz respeito à presença de negros nas creches. Pela primeira vez na história, a porcentagem de crianças pretas ou pardas (40,2%) superou a de brancas (38,3%) na rede de educação infantil.
Os dados são do Censo Escolar 2024, divulgado pelo MEC (Ministério da Educação). O avanço está ligado, em parte, ao impacto de programas sociais que incentivam a matrícula desde os primeiros anos de vida.
Apesar do progresso, ainda é fundamental orientar e conscientizar a população, em especial a mais vulnerável, sobre a importância dos cuidados na primeira infância, já que 90% do desenvolvimento cerebral ocorre até os 6 anos de idade.
A precarização do acesso à educação por crianças e adolescentes negros é uma realidade histórica no Brasil. Desde a chamada ‘libertação’ dos filhos de pessoas escravizadas, muitos foram deixados à margem da sociedade, expostos à informalidade, à exclusão e à luta diária pela sobrevivência.
As consequências desse abandono ainda são visíveis. Em 2023, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), das 9 milhões de pessoas que não concluíram o ensino médio, 71,6% eram pretas ou pardas.
