Jovens voltam a ter chance no Brasil
Em um país onde o futuro é adiado para a juventude pobre, a retomada da contratação de aprendizes indica que algo começa a se mover, e não é por acaso. Após anos de cortes no orçamento para qualificação, os números de 2025 mostram que o Brasil, finalmente, respira em outra frequência.
Por Camilly Oliveira
Em um país onde o futuro é adiado para a juventude pobre, a retomada da contratação de aprendizes indica que algo começa a se mover, e não é por acaso. Após anos de cortes no orçamento para qualificação, os números de 2025 mostram que o Brasil, finalmente, respira em outra frequência.
Segundo o novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o salto foi de 20,45% nas contratações entre janeiro e fevereiro deste ano, com 34.821 novos vínculos. Em fevereiro, o saldo positivo bateu 22.333 contratações. A indústria puxou o avanço com 29.914 aprendizes admitidos, seguida por construção civil (3.316), serviços (1.249) e agropecuária (751).
A maioria dos contratados tem até 17 anos, são estudantes do ensino médio e, em sua maioria, mulheres. A juventude negra e periférica, que há pouco tempo via portas fechadas, agora volta a ter esperança.
Ao contrário da lógica do desemprego estrutural, este avanço comprova o impacto direto da política pública com orientação social. São 633.720 jovens com contratos ativos no país, crescimento de mais de 33% em cinco anos.
A juventude brasileira, por décadas tratada como problema, agora volta a ser reconhecida como potência. É a política voltada ao povo que transforma a realidade. E os jovens, enfim, podem voltar a sonhar, com salário, dignidade e futuro.