Dispara a intolerância religiosa no Brasil
No ano passado, o registro de intolerância religiosa subiu 66,8%. Em números, foram feitas 2.472 denúncias no Disque Direitos Humanos, chamado Disque 100.
Por Angélica Alves
Os casos de atitudes ofensivas contra pessoas por causa de crenças, rituais e práticas religiosas aumentaram no Brasil. No ano passado, o registro de intolerância religiosa subiu 66,8%. Em números, foram feitas 2.472 denúncias no Disque Direitos Humanos, chamado Disque 100.
Na comparação com 2023 foram quase 1 mil reclamações a mais, aponta relatório do MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania). Naquele ano, o acumulado chegou a 1.481 queixas.
Ao analisar o período entre 2021 e 2024, os números assustam. As denúncias cresceram 323,29%. O cenário reflete o crescente clima de hostilidade e polarização política, sobretudo com o avanço da extrema-direita, especialmente no governo Bolsonaro, que, com discurso de ódio e enfraquecimento das políticas de direitos humanos, incentivou atitudes discriminatórias contra diversas religiões, em particular as de matriz africana.
Os dados confirmam. A frequência de violações é maior entre os segmentos de umbanda e candomblé. No recorte por gênero, as mulheres são as mais afetadas. Sobre os estados com maiores reclamações, a lista é liderada por São Paulo, seguido pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Importante destacar que intolerância religiosa é crime. A lei prevê pena de 2 a 5 anos para quem obstar, impedir ou empregar violência contra qualquer manifestação ou prática. Para lembrar a garantia da liberdade religiosa, o Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa é comemorado em 21 de janeiro.