No Santander, é lucro. Apenas lucro

Entretanto, os resultados financeiros positivos foram alcançados às custas dos funcionários e da precarização dos serviços. O Santander encerrou o primeiro semestre com 55.091 empregados, redução de 80 postos de trabalho em 12 meses e 119 no trimestre. 

Por William Oliveira

A política de redução de custos e a implementação da multicanalidade pelo Santander têm resultado em um ambiente de trabalho inseguro para os funcionários, que enfrentam demissões e redução de postos de trabalho, apesar do aumento expressivo nos lucros. 


No primeiro semestre de 2024, o Santander alcançou lucro líquido contábil de R$ 6,18 bilhões, crescimento de 46,9% em relação ao mesmo período de 2023. No segundo trimestre, o lucro foi de R$ 3,2 bilhões, um aumento de 10,6% em relação ao trimestre anterior. 


O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado do banco ficou em 15,5%, crescimento de 4,3 pontos percentuais em doze meses. A unidade brasileira do banco espanhol contribuiu 18,8% do lucro global de € 6,059 bilhões, que teve um aumento de 16% em doze meses.


Entretanto, os resultados financeiros positivos foram alcançados às custas dos funcionários e da precarização dos serviços. O Santander encerrou o primeiro semestre com 55.091 empregados, redução de 80 postos de trabalho em 12 meses e 119 no trimestre. 


Ao mesmo tempo, a base de clientes aumentou em 3,9 milhões, totalizando 67,2 milhões, enquanto 380 agências e postos de atendimento foram fechados, 81 deles apenas no último trimestre.


A situação do Santander expõe a face cruel do ultraliberalismo, onde a maximização dos lucros é perseguida a qualquer custo, ignorando os impactos sociais e humanos.