Itaú “abre a mão” para acionistas, mas demite bancários

Se para o alto escalão da empresa dinheiro não falta, para os bancários evidentemente também tem de ter. Entre outras coisas, a categoria reivindica o reajuste da inflação (INPC na data-base) mais aumento real de 5% e valorização do VA e VR. 

Por Ana Beatriz Leal

A declaração do presidente-executivo do Itaú, Milton Maluhy Filho, de que “tudo leva a crer” que o banco pagará dividendos extraordinários aos acionistas referentes ao exercício de 2024 é uma afronta aos funcionários, que estão em campanha salarial e têm lutado por emprego. 
 

Se para o alto escalão da empresa dinheiro não falta, para os bancários evidentemente também tem de ter. Entre outras coisas, a categoria reivindica o reajuste da inflação (INPC na data-base) mais aumento real de 5% e valorização do VA e VR. 
 

O mesmo banco que não vê dificuldade em bonificar acionistas, fecha agências e demite. Somente nos primeiros meses de 2024, o Itaú fechou 90 unidades em todo o Brasil. A expectativa é encerrar outras 37 até o fim do ano. Em 2023, foram 180 unidades descontinuadas.
 

A atitude não se justifica. No primeiro trimestre de 2024, o lucro da empresa somou R$ 10 bilhões, ainda assim o banco eliminou 211 postos de trabalho na base da Bahia e Sergipe e seis agências encerradas.