Intolerância religiosa dispara com discurso de ódio
O estímulo ao discurso de ódio promovido pelo ultraliberalismo fascinazista agravou consideravelmente os casos de discriminação e preconceito de toda ordem no Brasil. O número de denúncias de intolerância religiosa no país cresceu 106% em apenas um ano.
O estímulo ao discurso de ódio promovido pelo ultraliberalismo fascinazista agravou consideravelmente os casos de discriminação e preconceito de toda ordem no Brasil. O número de denúncias de intolerância religiosa no país cresceu 106% em apenas um ano.
Somente em 2021 foram registradas 583 ocorrências. No ano passado, pulou para 1,2 mil, média de três por dia. O estado de São Paulo lidera a lista, com 270 denúncias, seguido por Rio de Janeiro (219), Bahia (172) e Minas Gerais (94).
Praticantes de religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, realizaram a maioria das denúncias e seis em cada 10 vítimas são mulheres. O Disque 100, canal para denúncias de violações de direitos humanos, registrou 58 ocorrências apenas nos primeiros 20 dias de 2023.
Infelizmente, a liberdade religiosa, assegurada pela Constituição Federal, ainda está longe de ser realidade. Prova disso é que 78% das lideranças de 255 comunidades tradicionais de terreiros relataram, em julho do ano passado, que membros das comunidades já sofreram algum tipo de violência, física ou verbal, por racismo religioso.
Virtual
Em um ano, os casos de intolerância religiosa quintuplicaram no ambiente virtual. Os ataques online saltaram de 614 entre janeiro e outubro de 2021 para 3,8 mil, no mesmo período de 2022. Alta de 522%, segundo levantamento da Safernet, ONG que mantém uma central de denúncias de violações contra direitos humanos, como racismo, misoginia e xenofobia.