Um desafio coletivo
Em janeiro, Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, se licencia da função para assumir um novo desafio: a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). A decisão marca a transição de um dos mais importantes líderes dos movimentos sociais para uma posição estratégica no governo estadual, onde poderá contribuir diretamente para as políticas públicas de inclusão social e o fortalecimento das condições de trabalho. Além de advogado, Augusto Vasconcelos é mestre em Políticas Sociais e Cidadania, e especialista em Direito do Estado. A formação acadêmica, vivência prática no enfrentamento das desigualdades sociais e a certeza de que não estará sozinho o capacitam para a função.
Em janeiro, Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, se licencia da função para assumir um novo desafio: a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). A decisão marca a transição de um dos mais importantes líderes dos movimentos sociais para uma posição estratégica no governo estadual, onde poderá contribuir diretamente para as políticas públicas de inclusão social e o fortalecimento das condições de trabalho. Além de advogado, Augusto Vasconcelos é mestre em Políticas Sociais e Cidadania, e especialista em Direito do Estado. A formação acadêmica, vivência prática no enfrentamento das desigualdades sociais e a certeza de que não estará sozinho o capacitam para a função.
Por Rose Lima
O Bancário: Como você recebe a tarefa de conduzir a Setre?
Augusto Vasconcelos: Primeiro, queria agradecer imensamente as mensagens de felicitações e apoio recebidas de colegas espalhados pelo Estado e de outros segmentos. O convite do governador para assumir a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes é desafiador. Nós topamos justamente por entender a importância desse espaço para formular e implementar políticas públicas capazes de melhorar as condições de vida para a classe trabalhadora, além de fortalecer políticas voltadas ao esporte, uma área que eu tenho relação muito forte. Essa indicação é uma responsabilidade enorme, mas me sinto preparado porque não caminho sozinho.
O Bancário: Então, quer dizer que você terá de se licenciar. Qual recado a Elder Perez, quem vai te substituir, à diretoria e aos bancários?
AV: Tenho certeza de que Elder, a diretoria e os funcionários seguirão mantendo o Sindicato forte, pronto para atender a categoria. Eu continuo como bancário da Caixa Econômica Federal. É uma licença da presidência, mas meu vínculo com a categoria permanece. Estarei presente nos principais eventos, nos Congressos, Conferências, seminários, encontros. Pronto para ajudar a fortalecer a luta em defesa dos direitos.
O Bancário: O que a categoria em si pode esperar de Augusto Vasconcelos, secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte?
AV: Nosso objetivo será também fortalecer a qualificação profissional, ampliar a geração de empregos, inclusive no sistema financeiro. Vamos discutir trabalho decente, condições de trabalho, fazer a interface com as pautas do esporte. Acredito que isso fortalece os nossos vínculos com a luta sindical e os bancários, em especial.
O Bancário: A categoria se identifica muito com você. Eu queria que fizesse um balanço na presidência.
AV: Foi um período de aprendizado. Tem sido uma honra estar na presidência dessa entidade, uma das mais importantes do movimento sindical do país. Eu não fiz nada sozinho. Tudo que fizemos foi resultado do esforço coletivo, de uma diretoria combativa e uma equipe de funcionários dedicada. Todos comprometidos com as causas da categoria e da sociedade. Fizemos muitas coisas. Muitas atividades, a entidade passou por reforma estruturante, a comunicação deu uma repaginada. O Sindicato se manteve atuante, conectado com as principais questões que envolvem o dia-a-dia dos locais de trabalho. E os ensinamentos vão instrumentalizar para atuação como secretário da Setre. Quero contar com sugestões, opiniões, propostas para fortalecer o trabalho.
O Bancário: E o debate em nível nacional...
Augusto Vasconcelos: Sim...o Sindicato acompanha de perto os projetos em tramitação no Congresso Nacional, no Judiciário. Está na linha de frente na defesa da democracia, na luta por justiça social, por distribuição de renda, enfrentando o setor mais poderoso da economia nacional.
O Bancário: Por falar em democracia e direitos. Qual é a importância de ter alguém do movimento sindical, da classe trabalhadora, no governo para fazer o enfrentamento ideológico com o avanço da extrema-direita?
Augusto Vasconcelos: Historicamente, os espaços institucionais em governos são ocupados majoritariamente por pessoas ligadas a segmentos empresariais, grupos econômicos, eventuais maiorias parlamentares. A chegada de um trabalhador, alguém ligado à luta sindical, é uma oportunidade para fazer os enfrentamentos necessários para que os direitos conquistados a duras penas não sejam perdidos, especialmente nesse momento de ascensão de forças ultraconservadoras, ligadas à extrema-direita, que ameaçam conquistas sociais relevantes. É um processo também de acumulação de forças do movimento sindical e dos movimentos populares, de modo geral, para que tenhamos uma trincheira de resistência em favor dos mais pobres, em favor de uma sociedade justa.