Um pouco da história cubana - Independentismo, reformismo
No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, continua falando da história cubana, mas especificamente sobre a independentismo e reformismo
Independentismo - O povo cubano desenvolveu intensa luta pela independência a partir de 1820, quando foi reestabelecida a constituição espanhola de 1812 na Ilha. No período houve acirramento da luta política entre dois partidos. Um vinculado aos espanhóis mais reacionários e fundamentalistas, inimigos não só da independência como também de reformas que beneficiassem os produtores nativos. O outro defendia reformas liberais e os interesses dos cubanos filhos de espanhóis.
Vários movimentos foram criados com objetivo de conquistar a independência. O mais importante foi chamado de “Soles y Rayos de Bolivar”, fundado em 1821. Foram 600 conspiradores presentes em cinco estados. O movimento foi sufocado e os organizadores presos e condenados ao exílio. O período coincide com o restabelecimento do absolutismo na Espanha depois de cerca de 3 anos do período constitucional na Ilha.
Em Cuba, o governador espanhol com poderes absolutos, fechou jornais, suprimiu as liberdades democráticas, utilizou métodos autoritários e arbitrários. Isso não impediu o surgimento de movimentos independentistas: o de 1824, dirigido por Gaspar Antônio Rodrigues, que uniu cubanos separatistas e espanhóis constitucionalistas; Expedición de los Trece, em 1826; La Gran Legión del Aguila Negra, em 1829, e la Cadena Triangular y Soles de la Liberdad em 1837. Os movimentos foram derrotados e grande parte dos líderes mortos.
Reformismo - Um outro movimento importante na época foi o reformista. O principal líder foi o bayamés, historiador, ensaista e político José Antônio Saco, que junto com outros dois intelectuais, José de la Luz y Caballero e Domingo Del Monte, se destacaram por lutas contra o despotismo do governo espanhol e o tráfico de negros.
O movimento reformista acreditava no estabelecimento da democracia, suprimindo o regime autoritário, defendia Cuba como província da Espanha com completa autonomia e desenvolvimento econômico. Era a favor da manutenção da escravidão, mas exigia o fim do tráfico de escravos. O movimento reformista fracassou, a Espanha não aceitou as propostas e desencadeou intensa repressão a todos que defendiam. A derrota abriu caminho para o auge das lutas abolicionistas.
Referência
Navarro, José Cantón, 1996, p.37-39, Editorial SI-MAR S.A, El Desafío Del Yugo y La Estrella. Ciudad de La Habana-Cuba
*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ