Um pouco da história cubana - A constituição da nação

A colonização espanhola se desenvolvia em meio a grandes contradições. O governo espanhol proibia o comercio livre dos produtos cubanos, mas encontrava uma oposição muito forte de maneira que os governadores de Cuba não conseguiam implementar estas medidas na sua plenitude. Havia um crescimento da população negra e a luta por sua emancipação, consequentemente um receio dos escravistas e da população branca de uma revolta semelhante a que ocorreu no Haiti (Navarro,1996, p.35)

A revolta do Haiti foi uma revolução liderada por escravos e ex escravos, iniciada em 1791 e concluída em 1804, resultando na independência do país e na abolição da escravidão. Os escravistas cubanos temiam que acontecesse em Cuba o mesmo que aconteceu no país vizinho.  Apesar do receio destes segmentos dominantes da ilha, a história cubana é marcada por lutas e conflitos entre explorados e exploradores.

Já em 1795 houve uma rebelião de negros e brancos, que não tinha caráter separatista, encabeçada por um negro livre, Nicolás Morales, que buscava igualdade entre negros e brancos, a abolição de vários impostos que oprimiam os pobres. Alcançou várias regiões, mas foi sufocada e os organizadores presos. 

Para Navarro, os preparativos para a primeira revolução separatista ocorreram entre 1809 e 1810 e foi organizada pela camada mais rica da aristocracia, formada por filhos de espanhóis nascidos em Cuba.  Esta conspiração foi abortada e seus principais líderes foram condenados à prisão e deportação perpétua para Espanha. A derrota se deu em função de que parte dos organizadores não tinham uma consciência nacional, não eram separatistas, acreditavam que a vinculação com a Espanha era necessária para manter a escravidão e o progresso da ilha.

Nos primeiros anos do século XIX, foram adquirindo perfis próprios três correntes que caracterizaram as lutas políticas  de todo século, são elas: o reformismo, o anexionismo e o independentismo. Uma outra corrente de caráter social, também se firmava em função de ações espontâneas e isoladas dos escravizados, que já vinham sendo realizadas há muito tempo, foi a abolicionista. Todas elas existiram durante este período, porém variando de conteúdo e peso, nas diferentes etapas. (Navarro,1996)

Referência
Navarro, José Cantón, 1996, p.35-35, Editorial SI-MAR S.A, El Desafío Del Yugo y La Estrella. Ciudad de La Habana-Cuba

*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ