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Cuba e a crise dos mísseis

No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, trata da crise dos mísseis em 1962.

A luta do povo cubano por autonomia, por soberania e pelo direito de viver numa nação socialista não tem sido fácil. Na realidade o mundo na década de 60, se encontrava dividido entre dois blocos, o capitalista representado pelos Estados Unidos e o socialista representado pela União Soviética, principal aliado de CUBA. Estas duas potencias munidas de armas nucleares avançavam na busca de territórios, assim ocorreu a crise dos misseis, que quase desencadeia uma guerra nuclear.
 

Em 1962, os soviéticos desembarcaram em CUBA, em Santa Cruz de los Pinos, uma pequena cidade rural a aproximadamente 100 quilômetros de Havana. Era o início de uma grande crise mundial. Começava ali um processo de instalação de armas nucleares capazes de atingir os Estados Unidos, onde apenas uma ogiva poderia conter setenta e cinco vezes mais energia do que a bomba atômica que os EUA jogaram em Hiroshima. (Ferrer, Ada. Cuba: An American History, p. 370. Editora‎ Scribner, 2021. Kindle Edition.)
 

O mundo esteve à beira de uma guerra nuclear, que poderia exterminar a população, se os armamentos nucleares fossem utilizados nas diversas regiões do planeta. Kennedy e Khrushchev, chegaram a um acordo sem discutir com Fidel Castro. Se comprometeu a retirar os misseis de CUBA em contraposição os Estados Unidos se comprometiam a não invadir a ilha. A União Soviética também reivindicava a retirada do aparato militar dos EUA da Turquia, o que não foi aceito. (Ferrer, 2021)
 

A autora do livro Cuba: Uma história americana, Ada Ferrer, informa que Fidel Castro rejeitando o acordo entre Kennedy e Khrushchev, escreveu uma carta pública a ONU onde ressaltava que a promessa de não invasão a CUBA teria que vir acompanhada de outras medidas como o fim do embargo econômico e a retirada da base naval dos EUA em Guantánamo. Finalizada a crise dos mísseis em 1962, a CIA continuou os planos de assassinar o comandante em chefe, planejou usar uma substancia derivada de LSD para borrifa-la em Fidel antes do seu discurso para ele parecer um louco além de inúmeras outras tentativas de assassinato.
 

Pude constatar na última viagem que fiz em janeiro de 2024 que nada disso foi capaz de destruir o socialismo e a resistência do povo cubano. Fidel continua respeitado pela população e com um prestigio extraordinário. CUBA continua resistindo e espalhado exemplos de solidariedade e justiça social.
 

*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ