Bancos desumanizam o atendimento

Os clientes, que antes contavam com o atendimento personalizado nas agências, agora se veem diante de telas e máquinas, perdendo a conexão e a empatia que apenas esta ação pode proporcionar.

Por William Oliveira

A modernização tecnológica nos bancos, que deveria ser benéfica para todos, tem servido na verdade como justificativa para cortes no quadro de funcionários. A cada novo avanço, a categoria encolhe. As empresas demitem em massa, empurrando os clientes para os meios digitais, mesmo aqueles que têm dificuldade, como os idosos. 


A tecnologia, ao afastar o contato humano, acaba com a experiência pessoal que sempre foi parte dos serviços bancários. Em 2023, por exemplo, foram realizadas 130,7 bilhões de operações por smartphones no Brasil, de acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, conduzida pela Deloitte. 


Os clientes, que antes contavam com o atendimento personalizado nas agências, agora se veem diante de telas e máquinas, perdendo a conexão e a empatia que apenas esta ação pode proporcionar.


Sete em cada dez transações bancárias foram feitas por meio do celular, o número sobe para oito em cada 10, quando incluídas as operações realizadas pela internet ou por meio de mensagens instantâneas. O crescimento das transações por smartphones foi de impressionantes 251% entre 2019 e 2023, com um aumento de 22% apenas no ano passado.