Bancários em alerta
A crise de saúde mental atinge em cheio os bancários. O sistema financeiro está entre os setores da economia nacional com maior incidência de afastamentos por transtornos psicológicos, revelando um cenário preocupante de adoecimento silencioso e crescente. A política de gestão baseada em metas abusivas e assédio moral é a principal responsável pelo cenário.
Por Rose Lima
A crise de saúde mental atinge em cheio os bancários. O sistema financeiro está entre os setores da economia nacional com maior incidência de afastamentos por transtornos psicológicos, revelando um cenário preocupante de adoecimento silencioso e crescente. A política de gestão baseada em metas abusivas e assédio moral é a principal responsável pelo cenário.
Na categoria, os problemas de saúde mental e comportamental são a principal causa de afastamentos do trabalho. Para se ter ideia, 57,1% das licenças concedidas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em 2022 foram motivados por doenças como depressão e ansiedade.
Alta pressão
O ambiente de trabalho financeiro, tradicionalmente de alta cobrança por resultados, se tornou terreno fértil para o agravamento de doenças como ansiedade generalizada, depressão e síndrome de Burnout.
Principais fatores de risco
• Metas inatingíveis e cobranças diárias por performance
• Longas jornadas de trabalho, com pouca ou nenhuma flexibilidade
• Assédio moral disfarçado de “cultura de alta performance”
• Falta de suporte emocional e clima organizacional tóxico
Empresas do setor precisam
• Implementar programas reais de apoio psicológico
• Acabar com as metas abusivas e as formas de cobrança
• Oferecer ambientes mais seguros emocionalmente
• Investir em formação de lideranças empáticas e acolhedoras
Hora de agir
O recado é claro: não há mais espaço para negligência emocional nas empresas, especialmente no sistema financeiro.
A saúde mental dos bancários precisa deixar de ser tratada como pauta secundária e passar a ser estratégia de sustentabilidade.
Porque não basta “cuidar de números”. É preciso, sobretudo, cuidar das pessoas que geram esses números.