A geração que não aceita migalhas

As empresas falam em inovação, mas quando a Geração Z (1997-2012) bate à porta, a resposta é resistência. O mercado de trabalho, dominado por diretores, a maioria homens, formados por um modelo ultrapassado e ultraliberal de exploração, se desespera diante de uma geração que não aceita abusos e exige direitos.

Por Camilly Oliveira

As empresas falam em inovação, mas quando a Geração Z (1997-2012) bate à porta, a resposta é resistência. O mercado de trabalho, dominado por diretores, a maioria homens, formados por um modelo ultrapassado e ultraliberal de exploração, se desespera diante de uma geração que não aceita abusos e exige direitos.

 


O discurso de que o jovem não tem preparo ou comprometimento é uma cortina de fumaça para mascarar a preferência por mão de obra barata e obediente.

 


No Brasil, a taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos foi de 15,3% em 2023, mais do que o dobro da média nacional. O problema não está na juventude, mas na estrutura econômica que marginaliza trabalhadores e precariza oportunidades. 

 


Enquanto empresários resistem a mudanças, cabe ao governo federal ampliar políticas públicas que garantam a verdadeira inclusão da juventude, fortalecendo o ensino médio e técnico, criando programas de primeiro emprego e regulando a exploração desenfreada do trabalho intermitente.

 


O que os jovens exigem não é menos trabalho, mas respeito e condições dignas. Empresas que se recusarem a evoluir perderão grandes talentos. O futuro do trabalho será decidido por quem entender que exploração não é inovação, e a Geração Z já deixou claro que não aceitará menos do que é devido.