A falácia do trabalho intermitente
De acordo com levantamento do Dieese, 76% dos vínculos intermitentes em 2023 tiveram remuneração inferior ao salário mínimo ou pior, não receberam nada.
Por Camilly Oliveira
Mais um dado que expõe a falácia da reforma trabalhista imposta pelo governo golpista de Michel Temer em 2018. De acordo com levantamento do Dieese, 76% dos vínculos intermitentes em 2023 tiveram remuneração inferior ao salário mínimo ou pior, não receberam nada.
A média salarial destes trabalhadores foi de apenas R$ 762,00 ou 58% do salário mínimo. Entre mulheres e jovens, o valor caiu ainda mais, com a média ficando em R$ 661,00. O cenário revela o que realmente significa a reforma: precarização do trabalho e uma falsa promessa de modernização que não passou de uma ilusão para quem mais precisa de proteção.
Só para relembrar o absurdo do trabalho intermitente, o trabalhador se vê totalmente à mercê do patrão, aguardando ser chamado, sem salário fixo, e sem direitos. A remuneração só ocorre quando há convocação, o que resulta em uma renda muitas vezes inexistente.
A promessa de geração de empregos formais também caiu por terra. Segundo o Dieese, 76% dos trabalhadores intermitentes já possuíam outro vínculo formal entre 2018 e 2022. Ou seja, o novo modelo de contratação não trouxe novas oportunidades, mas apenas legalizou uma nova forma de exploração. Em vez de garantir direitos, a reforma trabalhista aprofundou a precarização e ampliou a desigualdade.