Vidas interrompidas pela violência

A violência armada no Brasil escancara o racismo estrutural que alimenta o genocídio da população negra. O relatório do Instituto Sou da Paz mostra que 79% das vítimas de homicídios por armas de fogo são pessoas pretas ou pardas, um dado que denuncia a lógica perversa que define quem pode viver e quem será morto. Jovens, periféricos e homens negros são o principal alvo, vivendo sob constante ameaça que reflete séculos de opressão e desigualdade racial.

Por Camilly Oliveira

A violência armada no Brasil escancara o racismo estrutural que alimenta o genocídio da população negra. O relatório do Instituto Sou da Paz mostra que 79% das vítimas de homicídios por armas de fogo são pessoas pretas ou pardas, um dado que denuncia a lógica perversa que define quem pode viver e quem será morto. Jovens, periféricos e homens negros são o principal alvo, vivendo sob constante ameaça que reflete séculos de opressão e desigualdade racial.

 


No Norte e Nordeste, negros representam mais de 80% das vítimas. A mineração ilegal e o desmatamento no Norte ampliam o poder das facções, enquanto no Nordeste, a ausência de políticas públicas reforça o ciclo de vulnerabilidade. Já em metrópoles como São Paulo, a violência armada é menos visível, mas permanece letal, estruturada pelo controle das periferias por facções.

 


O racismo institucionalizado mantém o Brasil paralisado diante do massacre cotidiano. A sociedade, ao aceitar a realidade, legitima a morte de jovens negros, tratados como meros números, descartáveis. Não é possível falar de democracia enquanto o genocídio de pretos e pardos continua a ser uma tragédia silenciada.