Exploração e racismo, um sistema que persiste
A campanha De Olho Aberto para Não Virar Escravo, lançada pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), mostra como o racismo estrutural sustenta o trabalho análogo à escravidão no Brasil. No mês da Consciência Negra, a iniciativa denuncia que 82,6% das vítimas resgatadas entre 2016 e 2023 são negras, resultado de um sistema que explora a pobreza e perpetua desigualdades históricas.
Por Camilly Oliveira
A campanha De Olho Aberto para Não Virar Escravo, lançada pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), mostra como o racismo estrutural sustenta o trabalho análogo à escravidão no Brasil. No mês da Consciência Negra, a iniciativa denuncia que 82,6% das vítimas resgatadas entre 2016 e 2023 são negras, resultado de um sistema que explora a pobreza e perpetua desigualdades históricas.
Os números da CTP revelam um perfil marcado pela vulnerabilidade: jovens, nordestinos e com baixa escolaridade, enquanto as mulheres negras representam 80% das vítimas femininas, reforçando como o gênero e a raça aprofundam a exploração. Pecuária, e lavouras lideram os cenários de abuso, mas o trabalho doméstico também surge como espaço de práticas indignas.
A campanha mostra que combater as violações vai além de fiscalizar, exige enfrentamento direto ao racismo e às desigualdades que sustentam o sistema opressor. Só uma sociedade engajada pode exigir políticas públicas efetivas e responsabilização para pôr fim à normalização da exploração e garantir dignidade a todas as pessoas.