Crianças e a crise do saneamento 

A realidade do saneamento básico no Brasil compromete gravemente a saúde e o desenvolvimento social das crianças, principalmente nas regiões mais pobres, como o semiárido nordestino e a Amazônia. Cerca de 12,2 milhões de crianças e adolescentes ainda vivem sem acesso a abastecimento sanitário adequado e 2,1 milhões não têm água potável, segundo dados do Unicef. 

Por Camilly Oliveira

A realidade do saneamento básico no Brasil compromete gravemente a saúde e o desenvolvimento social das crianças, principalmente nas regiões mais pobres, como o semiárido nordestino e a Amazônia. Cerca de 12,2 milhões de crianças e adolescentes ainda vivem sem acesso a abastecimento sanitário adequado e 2,1 milhões não têm água potável, segundo dados do Unicef. 

 


O problema histórico do saneamento no país, marcado por décadas de negligência, perpetua um ciclo de vulnerabilidade, atingindo de forma mais severa crianças negras, pardas e indígenas, um reflexo do racismo estrutural.

 


Sem acesso a direitos básicos, as crianças estão mais suscetíveis a infecções, além de perderem oportunidades de aprendizado, o que compromete o futuro e agrava a desigualdade social. O saneamento não é apenas uma questão de infraestrutura, mas uma chave para romper com ciclos de exclusão e pobreza.

 


O Brasil ainda precisa enfrentar este desafio com seriedade. As metas do governo federal, que prometem garantir água para 98% dos lares urbanos e 78% dos lares rurais até 2027, são ambiciosas, mas insuficientes sem um esforço concreto em áreas historicamente negligenciadas. Sem políticas públicas efetivas, o país continuará a falhar com os jovens, comprometendo o futuro de milhões e perpetuando um cenário de injustiça social.