Sem rastreamento, câncer colorretal avança
Dados da Fundação do Câncer revelam que a maioria dos casos ocorrerá em pessoas acima de 50 anos, público negligenciado por campanhas de prevenção.
Por Camilly Oliveira
Preocupante. O câncer colorretal cresce silenciosamente no Brasil, impulsionado pela desigualdade no acesso à saúde. Enquanto países desenvolvidos adotam rastreamento sistemático, aqui a prevenção segue elitizada, deixando os mais pobres vulneráveis.
Março, o mês de conscientização, escancara a urgência de políticas públicas que democratizem exames preventivos e garantam tratamento adequado para todos.
Dados da Fundação do Câncer revelam que a maioria dos casos ocorrerá em pessoas acima de 50 anos, público negligenciado por campanhas de prevenção. O aumento pode chegar em até 21% nos casos até 2040, com impacto maior no Norte e Centro-Oeste, onde a estrutura de saúde já enfrenta colapso. A falta de exames como a colonoscopia, cruciais para o diagnóstico precoce, condena milhares à descoberta tardia da doença, reduzindo as chances de cura.
O crescimento da doença está diretamente ligado à má alimentação, ao sedentarismo e ao envelhecimento da população, mas a raiz do problema é a falta de investimento na saúde pública. Sem ações concretas para universalizar a prevenção e o tratamento, o Brasil seguirá normalizando mortes evitáveis e transformando a saúde em privilégio.